Entra, o que vês?

Jesus, Maria e José.
É Nazaré… Lugar de acolhida
Casa do Pão vivo!
Manancial, seiva da Vida…
Nazaré é porta aberta de entrada
Para ver, sentir e viver.

Ver o que existe de presença de Deus.
Sentir os mesmos sentimentos de Jesus, Maria e José.
Ver e viver o projeto da parábola de Nazaré.

Mas afinal, que projeto é este que nos deixa inquietos, sentindo que o manancial da Vida está ao nosso alcance?

É saborear as atitudes da ternura de José, que acolhe o Filho de Deus: Jesus.
Torna-se pai, porque ama e se abre na confiança de estar contribuindo para que a salvação chegue até nós.
Torna-se pai, porque quer participar e abraçar desde a sua fidelidade, o compromisso de dar à sua esposa a cumplicidade de uma família.
Torna-se pai de Jesus, porque conhece a herança que, da casa de Davi sairá o Salvador do povo de Israel.

Contemplamos também a simplicidade de Maria configurada na entrega fiel do dia a dia. Conectada com o “Seu Senhor”, Maria une as maravilhas do céu e realiza na terra de Nazaré o seu “sim” generoso e abrindo-se ao querer de Deus, se propõe a servir a teu povo, trazendo em seu seio materno, Jesus Salvador.

Contemplamos a porta aberta: É Jesus, coração do próprio Deus no meio de nós. Encarnado, vivo, manifestando os sinais de amor ao mundo. Ele vem ao nosso encontro. É enviado para ser e estar no meio de nós. O verdadeiro Pão descido do céu. O Evangelho vivo descido do céu.

O que Jesus faz em Nazaré? Entra, contempla e sai pela porta da missão.

Nosso amigo Butiñá também entrou e descobriu o “Filho do carpinteiro”, Jesus que na carpintaria de José cresceu e aprendeu a ser da terra e do céu ao mesmo tempo. Lugar teológico onde se manifesta o Reino de Deus. Jesus encarnado é para os demais, a experiência do Pai, que deseja o bem para todos. Atuando desde baixo, fez-se um de nós, na pobreza e no trabalho, convivendo conosco e andando em nossos caminhos, aprendendo a total entrega, até morte de cruz e ressurreição para a vida de todos. Porta da Salvação.

E Butiñá saiu. Saiu para nos mostrar a porta por onde se entra a Nazaré. Saiu porque sentiu a inquietude para fazer acontecer a parábola do Evangelho de Nazaré. Saiu porque o mundo do trabalho estava descristianizado e era preciso sonhar mais alto para os pobres do trabalho. Saiu porque tinha um olhar para a mulher pobre trabalhadora explorada. E com o coração aberto espalhou a semente de Nazaré, que brotou e chegou até nós.

Sejamos porta aberta para entrar em Nazaré e sair espalhando o amor de Jesus, o carpinteiro, que na convivência da família de Nazaré, nos coloca em total sintonia com a evangelização do mundo trabalhador pobre.

 

maria jose pedroso

Ir. Maria José Pedroso, fsj

Nepomuceno, Brasil